sexta-feira, 7 de maio de 2010

JOGOS EM ANDAMENTO - BY MALKOVIT – BATTLEFIELD: BAD COMPANY - XBOX 360.



Depois de muitos anos de sucesso no PC, "Battlefield" finalmente ganha um capítulo criado exclusivamente para os consoles, feito sob medida pelos próprios criadores da série, os suecos da DICE. Para esta grande estréia, a franquia voltada para combates online contou pela primeira vez com um modo para um jogador completo, e também com algumas interessantes novidades técnicas como a destruição de elementos do cenário, cortesia do novo motor gráfico Frostbite.


Estes elementos destacam "Battlefield: Bad Company" como um jogo de tiro em primeira pessoa divertido e competente, sem dúvida, mas devido a algumas falhas e pouca inspiração, o título não tem tanta relevância para os consoles quanto seus irmãos mais velhos tiveram para o PC.

Frankenstein narrativo

O modo para um jogador é, paradoxalmente, o maior trunfo e o principal problema de "Battlefield: Bad Company". O enredo apresenta o soldado americano Preston Marlowe, que escapou da corte marcial ao ser enviado para a divisão apelidada de Bad Company, que abriga os piores e mais insubordinados homens da corporação. Lá ele se junta ao time composto pelos outros soldados Sweetwater e Haggard, comandados pelo Sargento Redford - todos bastante espirituosos e com pouca disposição para o combate.

A trama se desenrola em um conflito fictício com a federação russa, e o grupo de guerreiros acaba se envolvendo em uma inconseqüente busca por ouro utilizado para pagar mercenários. A aventura pelo leste europeu acaba os levando a criar até mesmo um conflito diplomático grave e os tornando desertores do exército, ainda que eles não pareçam se preocupar muito com essas trivialidades.
As inspirações são claras, que vão de "Os Doze Condenados" e cópias mais obscuras deste sucesso do cinema, como "Assalto ao Trem Blindado", mas o jogo parece sofrer com uma série de decisões equivocadas, tanto no contorno de seus protagonistas quanto no design.
Para começar, os quatro anti-heróis nunca param de fazer comentários engraçadinhos; alguns são realmente muito bons, mas não combinam com o clima do resto do jogo ou com sua direção de arte. É normal ver soldados dando ordens sob fogo cerrado, mas quando eles param para fazer piadinhas cretinas, causando a sua distração, é sinal de que algo não está funcionando muito bem.

Houve um certo exagero. Foram quatro roteiristas e a impressão que se tem é que todos quiseram incluir seus diálogos no script, deixando-o extremamente pesado e cansativo. Isto funciona contra o jogo, deixando os personagens muitas vezes antipáticos, o que é um duro golpe contra a imersão.

Falando nela, há alguns outros fatores, desta vez no design das fases, que também chegam a distrair. Apesar de funcionar em um conflito fictício, "Battlefield: Bad Company" é razoavelmente embasado na realidade atual, mas o sistema de energia é um tanto quanto fantasioso demais. Você carrega algumas injeções, que são aplicadas no seu peito e pronto, medidor cheio! O sistema de save points também funciona de uma maneira mágica; ao morrer você retorna do último ponto salvo, mas não tem que enfrentar os inimigos que já destruiu, tornando tudo bem mais tranqüilo e sem muitas conseqüências ou reais penalidades.

Podem parecer meros preciosismos, mas são pequenas coisas que, utilizadas fora do contexto do jogo, criam um desequilíbrio. Não custava tornar este elementos mais coesos, de uma maneira em que se encaixassem dentro da narrativa e do clima geral da produção.

Destruindo barreiras

O clima do jogo é um tanto estranho, com certeza, patinando entre o cômico e o nervoso, entre o realístico e o fantasioso, mas ao menos os controles funcionam bem e ação é de ótima qualidade. Veteranos da série podem ficar tranqüilos, pois tiroteios de primeira os aguardam aqui, com a tradicional opção de uso de veículos e uso de várias armas.

O grande diferencial deste título é a inclusão de objetos destrutíveis, como casas, muros, barricadas, algumas árvores inocentes e os onipresentes barris explosivos. Isto cria uma nova dinâmica na ação, uma vez que torna mais fácil acabar com as defesas inimigas, principalmente daqueles que adoram ficar acampados atirando à longa distância. Só não espere demolir prédios inteiros ou grandes espetáculos de pirotecnia, já que a intenção não parece ser a de encher os olhos do jogador, mas apenas a de colocar alguma nova dinâmica nos combates.

Isto porque "Battlefield: Bad Company" não é nem de longe um jogo com apresentação de ponta. Na verdade, em muitos momentos, ele tem uma performance medíocre. O maior problema, com certeza, é o tearing, o efeito que parece "cortar" a tela em movimentos mais rápidos da câmera, mas há outros. O próprio desenho dos personagens e veículos é pouco inspirado, que não chamam a atenção ou ficam na memória, com alguma granulação e certos problemas de colisão. O áudio é infinitamente melhor, com um efeito surround impressionante, principalmente nos sons mais abafados e graves, que ganham ainda mais relevância se você possui um bom sistema de home theater.

Multiplayer robusto

Se a campanha principal sofre, o tradicional modo multiplayer brilha como nunca. Nele há cinco classes distintas à disposição, com oito mapas para até 24 jogadores. Cada cenário conta com objetivos e veículos específicos e há um viciante sistema de rankeamento; você precisa ir habilitando suas armas durante os combates, quando também poderá ganhar certos troféus. Como a mecânica funciona muito bem e não tivemos grandes problemas na hora conectar, é fácil dizer que se o modo para um jogador chegou a decepcionar, a campanha multiplayer consegue segurar as pontas facilmente.

"Battlefield: Bad Company" é uma boa pedida para os fãs de jogo de tiro em primeira pessoa. O primeiro jogo inédito para consoles ainda não é perfeito, sofre com alguns problemas técnicos e de um modo para um jogador bastante inconsistente, mas há ainda muitas qualidades. Os controles são ótimos, o novo sistema de destruição de objetos deu nova dinâmica aos combates e o multiplayer é, como sempre, viciante e desafiador.

Fonte: Uol Jogos.

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